Leafar, em relação ao seu artigo sobre as "mesas girantes", você se esqueceu de citar que também giravam cadeiras e chapéus. Os "espíritos" deixaram de se contentar em dizer sim ou não, ou compor frases identificando as letras do alfabeto com pancadas para eles próprios passarem a escrever mensagens com um lápis em pranchetas amarradas no pé da mesa. Depois de milhares de fraudes descobertas, os "espíritos", convenientemente, acharam melhor digir a mão dos médiuns que segurava o lápis. Mas que tipo de mensagens eram recebidas? Sem levar em conta a esmagadora maioria de mensagens recebidas de "espíritos brincalhões", cheias de obsenidades e outras porcarias, chegava de tudo, desde receitas culinárias até descrições minuciosas sobre o mundo espiritual e a vida em outros planetas. Antes de tudo, essas demonstrações espirituais eram um ótimo negócio, que explorava pessoas que queriam contato com falecidos em situação tristeza e desespero. Foi nesse ambiente de "epidemia espiritual", histérica, que Kardec prosperou, chegando a vender 200.000 exemplares em francês de suas obras, por volta de 1860 !!! Para se ter uma idéia, a população de Paris na época não chegava a 700.000 pessoas. Mesmo assim, as bobagens de Kardec não foram aceitas de pronto, além disso, na mesma época Stainton Moses também "recebeu" de espíritos superiores os "Enseignements spirites", que entrava em conflito com o "Livre des espirits" de Kardec. Da tentativa de unificação surgiu a Federação Espírita Internacional que foi presidida por Arthur Conan Doyle, pai de Sherlock Holmes, e expressão máxima de um ótario que comprovadamente se deixava enganar por todo tipo de bobagem.