Perdoe-me pela ironia sobre a melhora de sua saúde, foi ridículo da minha parte.
Ao assunto: incoerente é admitir que o Estado, de quem você deseja liberdade para fazer o que bem quiser com seu corpo, proíba o crack, pois crê nos malefícios deste, e não a maconha, da qual você insiste não decorre nenhum. É incongruente desejar a liberdade de fazer o que quiser com seu corpo enquanto o assunto é a maconha e, em paralelo, permitir o contrário, enquanto o assunto é o crack. Ou seja, o critério utilizado por você, qual seja, liberdade de fazer o que bem quiser com o próprio corpo, é relativizado de acordo com conveniências pouco claras ou mera ignorância, pois a maconha parece fazer mal, sim. Pior, ao admitir um outro critério, o “fazer mal”, apenas para o crack, você já assume que a maconha não o faz: dessa forma, admite o uso da maconha apenas por ignorância! Se você tem referências em contrário e pretende discuti-las, ótimo, poste-as aqui.
Enfim, espero assim ter deixado claro a inconsistência percebida por mim em suas afirmações.
Prossigo. Ao final da primeira refutação você afirma superficialmente que crack prejudica terceiros, pois as pessoas ficam incontroláveis e o vício da maconha é irrisório. Irrisório em qual sentido? No de que não prejudica ninguém? No de que não causa danos a terceiros? Por fim, você tem certeza que, na maioria dos casos, os usuários de crack ficam incontroláveis e prejudicam terceiros? Como isso se sucede? Veja, sei que o crack faz mal, pergunto como ele prejudica terceiros.
Em seguida, você volta à Lei Seca americana sem perceber que eu simplesmente disse que não existem garantias de que permitir será a melhor solução. Não é que eu não a admita, eu somente a questiono.
Por fim, você afirma que estudos demonizam o uso da cannabis. Circunstância um tanto peculiar, afinal, por que eles não podem ser simples constatações da realidade e que você, muito provavelmente, esteja enganado? Mais, por que as evidências anedóticas suas são mais verdadeiras que as minhas e os estudos de Universidades?
E pelamordedeus, pare de insistir com o paracetamol. Ninguém faz uso contínuo dele como forma de entretenimento, como é o caso da maconha. O uso do mesmo se dá em situações esporádicas de desequilíbrio do seu organismo... Ele somente alivia algum malefício ou restitui o equilíbrio. Não sei como funciona. O que, na verdade, não interessa. É química dentro do seu organismo como o é a maconha. Justificar a permissão de alguma substância pelo fato de existirem outras que fazem mal e são comercializadas é ridículo. Você inventa uma situação exagerada onde o paracetamol e qualquer outra substância é prejudicial e insiste que, com isso, somos hipócritas que deveríamos permitir a maconha...
PS:
Minha última frase foi outra ironia. Ou você se esqueceu de que disse que proibir a maconha iria causar sofrimento em muita gente?