Iabadabadu, estive lendo suas postagens e vejo que você trás de volta os "sérios problemas subjetivos da consciência" e, destacadamente, o "sério problema dos qualia". Já fiz algumas perguntas direcionadas ao Buckaroo, por ele não respondidas, acho que neste mesmo tópico. Refaço-as, reformuladamente, a você. O conhecido efeito do membro fantasma deixa de existir pela simples verificação de que se trata de um efeito ilusório? Uma alucinação desaparece quando se está cônscio, de qualquer forma, de que trata-se de uma alucinação?
Considere, apenas como uma empenhada manifestação de muita boa vontade sua que seja, que sejamos o produto de um processo ilusório. Em que condições você proporia que a ilusão desapareceria ao verificarmos que é uma ilusão? Afinal, do que se trata uma ilusão? Ou você propõe que ilusões, ou melhor, efeitos ilusórios não existem?
Como o termo já cunha, qualia é a proposta filosófica de que há *qualidades* subjetivas que o "eu" seria capaz de captar de certas propriedades físicas da realidade e que seriam totalmente desvinculadas de variações quantitativas das mesmas. Eu já fiz um certo esforço para demonstrar a invalidez dessa perspectiva, notadamente no caso das cores, aqui:
../forum/topic=24235.75.html#msg583158
Se você ainda não leu, por favor, leia e procure ponderar bem.
Eu tô sem internet. Fica meio difícil para mim elaborar pensamento.
Membro fantasma tem uma teoria do que ocorre que faz muito sentido neurológicamente.
Se não me engano é neuroma o que ocorre. O membro amputado continua com extremidades dos nervos sensoriais aferentes. Essas extremidades se enovelam e continuam mandando informações para o cortex somestésico. Informações estas que são estímulos que percorrem vias muito bem descritas. É pssível simular essas sensações via estimulação elétrica diretamente no córtex somestésico.
Nós SOMOS produtos de um prcesso ilusório. Aquilo que eu falei sobre substituir a palavra matrix por subjetividade é muito correto.
Eu não tenho muita base para falar de física. Espero que tenham compreensão quando eu usar termos errados ou de forma equivocada.
QUando você vê uma barra de ferro. Ferro puro. 100% Fe. Essa barra é composta de atomos de Fe. Atomos, como todos sabem são praticamente vazios. Se você comparar um núcleo atômico com uma azeitona, coloca-se a azeitona no centro de um campo de futebol, os primeiros eletrons estariam na arquibancada.
A barra de ferro é praticamente vazia. nós não vemos ela transparente porque quando a luz reflete nela nosso cortex visual cria uma ilusão da barra de ferro.
A barra de ferro só é sólida pr causa da força das ligações metálicas. Quando muitos átomos de Fe estão ligados eles exercem uma força que faz eles ficarem sólidos. Mas mesmo assim eles são vazios. Tudo que vemos é assim. A cor vermelha que é vermelha por decreto do agnóstico, não é vermelho coisa nenhuma. Comprimentos de ondas no espéctro visível não possuem como característica, coloração intrinseca. Nosso cérebro que nos ilude colorindo esse comprimento de onda. Esse processo ilusório não tem uma explicação satisfatória (nem insatisfatória) pelo que nós conhecemos sobre neurofisiologia. A neuro exlica muita coisa de forma que é extremamente lógica. O SNA, por exemplo, faz sentido a explicação. Como criamos nossa ilusão de mundo exterior via rede neural que, por mais complexa que seja, com bilhões de neurônios, milhares de sinapses por neurônios, ainda se resume a PIPS E PEPS e o neurônio se despolarizando para alterar o potencial de membrana de outro neurônio com PIPS OU PEPS.
É difícil de compreender o que é qualia prque mesmo quem sabe que a imagem que vemos quando abrimos os olhos está no córtex visual e não externamente, não consegue ter noção que a imagem está dentro da própria cabeça. A ilusão é absurdamente convincente.
Se você tem qualquer estímulo externo chegando ao seu cortex cerebral, você está tendo uma experiencia ilusória e subjetiva.
Se a vermelhidão do vermelho está ridicularizada, vamos falar sobre a doce do açucar.