Sim, mas também tem esse aspecto mais direto de analogia.
Eu tava pensando mais no que a sociedade considera aceitável e como isso muda com o tempo.
Não quer pagar caro em água e refrigerante na praia? Compre um isopor e leve de casa. Não que pagar caro na xerox perto da repartição pública? Ande mais um pouco e tire longe da repartição. É caro porque é conveniente para quem compra. Não quer pagar caro numa camera? Pesquise, mesmo doméstica analfabeta sabe procurar o supermercado mais barato, sabe o caminho para as casa Bahias, sabe pechinchar no camelô. Dizer que é pensando no pobre ignorantes é desculpa, eles são os que mais sabem fazer o dinheiro render até o fim do mês.
Esses dias atrás eu vi alguém rebatendo o argumento das dietas saudáveis e exercícios versus remédios e cirurgia. E a melhor resposta foi: se o mundo fosse esse conto de fadas onde tudo é simples e o ideal fosse sempre possível as pessoas não arriscariam as vidas numa cirurgia bariátrica. O que isso tem a ver com o tópico? Tudo.
Se o mundo fosse essa utopia fácil, onde as pessoas pudesse procurar alternativas simples e ideais como se elas fossem fáceis, então nem estaríamos debatendo a prática de preços abusivos. Não podemos ficar usando como parâmetro suas utopias (e estranhamente burocratas que tomam decisões estúpidas também pensam essas coisas), vamos trabalhar com a realidade. Quer um pedaço dela? Vamos lá...
Uma pessoa fica numa fila do INSS por 3 ou 4 horas, isso se não chega de madrugada, quando é atendida no guichê achando que têm toda a documentação de repente tem que tirar um xerox. No seu mundo imaginário é só ir procurar alguém que tire xerox há 1 km dali, no mundo real essa pessoa não tem essa opção, no máximo eles permitem uns 10 minutos pra fazer isso, a não ser que tenham inventado uma máquina de teletransporte, um sistema que diga onde existem lugares que tiram xerox por menos de 20,00 reais, essa pessoa não tem opções. Por isso existe a lei e todo um aparato de justiça, o mundo não é esse lugar simples que as pessoas imaginam quando estão num bar.
E dizer que domésticas sabem pechinchar em camelô e fazer pesquisa em supermercado, isso é em São Paulo e pra quem tem tempo. Sabia que no mundo real existem pessoas (e não são poucas) que passam mais de 2 horas no trajeto entre casa e trabalho? Sabia que existem domésticas que tem filhos e não tem marido? Sabia que muitas não tem nem a quarta série?
Primeiro conheça a realidade de pessoas pobres e miseráveis e depois fale em conveniência, eu não to falando do preço do refrigerante num Resort de 900,00 a diária e sim de pessoas que mal/mau ganham um salário mínimo. Pessoalmente eu gosto quando pessoas metidas a ricas e chique pagam 10x a mais por um produto, mas é só gosto pessoal.