Então, as perguntas para ti não podem ser:
Acreditas em X?
Sabes se X existe?
Se a resposta é sim ou não, em ambas as perguntas existe uma crença por trás das respostas, independente se ela é justificada ou não.
Mas antes,
Tens fé em X? (Crença)
Acreditas, com base nos conhecimentos atuais da ciência, que X existe? (Crença justificada)
Ambas são crenças, a primeira de fé (caso não se sustente pela razão e por evidências), a segunda justificada (caso de fato combine com a realidade e o seja sustentada pela razão e por evidências).
O problema no teu primeiro link onde surge um gráfico com crenças, crenças "verdadeiras", crenças justificadas e verdade, é que é impossível para nós, humanos, discernir entre uma crença e uma crença "verdadeira". Porque só sabemos se uma crença é verdadeira, quando ela é confirmada pelo conhecimento. antes dela ser comprovada Uma crença nunca passa pela fase "crença verdadeira". Ou é "crença", ou é "crença justificada".
Não há problema algum, digamos que as "verdades" cientificas sejam de fato verdadeiras, pode-se exemplificar que muitos cientistas acreditaram em suas teorias antes mesmo de evidências suficientes para comprova-las, antes delas serem comprovadas, seriam crenças verdadeiras, depois de comprovadas, se tornaram em "crenças verdadeiras justificadas". Antes sua crença verdadeira não podia ser provada, então era somente uma crença verdadeira, mesmo que somente ele a reconhecesse como tal, agora que ela foi provada, se tornou por consequência, uma crença verdadeira e justificada.
Além disso, crença justificada é crença, não tem esta de ou é crença ou é crença justificada, toda crença verdadeira e justificada é crença, ora essa, mas nem toda crença é uma crença verdadeira e justificada, este é o ponto (Que é explicado no primeiro artigo, dos dois citados acima).
E crer em deus é claramente uma "crença" no sentido de ser assente apenas na "fé"
Se não é justificada, se é sustentada apenas pela vontade de crer, sem a razão e as evidências a seu favor, então é uma crença de fé.
e não em algo verdadeiro, porque não é conhecido. Só poderá ser verdadeiro quando fizer parte do conhecimento humano.
Se você considerar que Plutão só passou a existir depois de descoberto e identificado pelo homem, sim. Ai você estaria afirmando que algo só passa a existir como verdade, depois de conhecido pelo homem. Mas se tomarmos que a verdade existe independente do homem para conhece-la, então não, neste caso você estaria errado.
E quando entrar no conhecimento humano, já não será uma crença no sentido religioso do termo. Será apenas conhecimento.
Se for conhecimento, será uma crença verdadeira e justificada.
Daí eu insistir na diferenciação entre crer (religioso, afinal é disso que estamos a falar) e do saber (científico).
Eu não, e estou justamente questionando o reducionismo do conceito de crença praticado por vocês. A crença, como definido e fixado pelas referências por mim apresentadas, é em sentido amplo, aceitar em seu íntimo, que uma preposição é verdadeira, ou não, independendo daquilo que a sustente, podendo se referir por isso, tanto a crença de fé dos religiosos, como ao saber cientifico aceito como tal. O que difere uma crença (a de fé dos religiosos) da outra (a justificada dos cientistas), são os meios usados para sustenta-la.
Partindo deste pressuposto, é perfeitamente possível ser-se agnóstico e ateu / agnóstico e teísta / agnóstico e deísta / agnóstico e politeísta.
Ai já é outro assunto, que eu também discordo da sua opinião. Vocês limitam o agnosticismo a ideia de simplesmente reconhecer não ser possível provar a inexistência ou existência de deus(es), e eu já disse que ele não se trata somente disso, mas também de não manifestar opinião alguma no sentido de negar ou aceitar como verdadeira, esta possibilidade.
Segundo o meu entendimento de agnosticismo, o agnóstico é aquele que reconhece não poder provar, e não também não manifesta uma posição sobre a questão. Já o ateu e o teísta, ambos manifestam uma posição, no sentido de aceitar ou rejeitar a existência de deus(es) mesmo que admitindo não poder prova-la. Por isso, segundo a minha definição de agnosticismo, ateísmo e teísmo, não é possível uma pessoa ser mais do que uma dessas posições, pois elas se contradizem.
Não é possível responder "Não sei" a uma pergunta de "acreditas em X?".
Não tenho nenhuma opinião sobre esta questão, é uma resposta válida para ambas as perguntas.
Se não fazes ideia do que a pessoa está a falar, respondes "Não".
Se ele responde que "não", dá a entender que entende o que significa "X" e que nega algo relacionado a ele. Se não faz idéias sobre o que a pessoa esta a falar, podes responder que não faz ideia do que a pessoa está a falar. Isso não nega nem aceita como verdadeiro a existência de "X", mas denota ausência de crença sobre "X".
Se sabes e não és convencido, respondes "Não". Se sabes e acreditas, respondes "Sim".
Se não sabe responde que não sabe.
Acreditas em vida extraterrestre? "Não sei" não faz sentido como resposta.
"Não acredito nem descredito, simplesmente não sei se existe vida extra-terrestre", "não tenho opinião formada a respeito", são respostas que fazem sentido e que dizem exatamente a mesma coisa que a curta e grossa resposta "não sei".
Não para uma pergunta de "crença". Se a pergunta for "Existe vida extraterrestre?", "Não sei" faz todo o sentido.
Ok, como eu disse, ele pode responder diferente para a pergunta "Acreditas em vida extraterrestre?" e no entanto sua resposta significar a mesma coisa que "não sei" (ausência de opinião, crença e etc.).
Abraços!