Acredito que recapitular uns pontos se mostra necessário como preâmbulo, diante da presente situação de dúvidas, que deviam estar esclarecidas, em que chegamos. Em outras palavras, vamos rever o dito...
Muito bem. Vamos às firulas,
Ah, não! Mais?! Quando vocês vão mandar re-fu-ta-ções?!
que é onde eu paro de compreender seu idioma.
É só você largar as firulas e experimentar as refutações no lugar delas, que, creio eu, meu (claríssimo ) português deverá melhorar aos seus olhos.
Eu devo ter perdido algo, porque não identifiquei até aqui o que pudesse ser verificado para ser ou não refutado.
Deprime não que é porque não é só "algo", é muita coisa para refutar num lance só... Por exemplo, por que aceitar ideias de "ordem natural", "lógica natural", o logus atributos cognitivos, e rejeitar a de "crença natural", pisteuo? O Skeptikós ainda não justificou porque crê que minha "hipótese" é, "no mínimo, absurda". E etc.
Depois talvez eu possa compilar uma lista mais direta num compedinho... Mas está tudo por aí e uma boa relida mostra.
Poque a "ordem natural" ou "lógica natural" não são expressões literais, mas apenas aproximações, isto é, recursos linguísticos para descrever de forma aproximada "como as coisas funcionam", ou seja, o "mecanismo", as "engrenagens" naturais,
Isso está mais para um puro enrolation do bom! Eu poderia até dizer que "isso na sua visão", mas é na sua visão também que, claramente, a justificativa "lógica" da natureza é adotada em completa entrega, de forma passiva e acrítica, como fundamento de toda a realidade, e não mera "força de expressão". Você crê que a natureza tem uma forma de agir, uma lógica, princípios funcionais, todos atributos de razão, cognição, pensamento, da mente revertidos ao universo pelas ideias da mente, que é só manifestação do que é pisteuo universal. Mas se digo que a natureza crê, você arregala os olhos! A natureza pode ter princípios e lógica, modos de agir, mas não modos de crer?
Cada vez mais me convenço que todo problema filosófico se revela, no final das contas, um problema semântico.
Agora tudo faz sentido. Finalmente compreendo o porquê de suas crenças. Dou até razão de você pensar assim.
Entender literalmente os conceitos e explicações científicos nada mais é do que projetar na realidade o pensamento mágico. Já não é mais ciência, é religião. Pode até tirar deus da equação, mas transfere ao universo suas características. Daí os pisteous e crederes.
A natureza não tem, que se saiba, uma ordem, lógica, forma de agir, não mais do que um relógio de pulso. São apenas analogias. O que, infelizmente, causa todo tipo de confusão, mas são os recursos que temos para entender/explicar o funcionamento das coisas. E não há nada que se saiba, que se conheça, que se verifique, que seja detectável, análogo a crenças na natureza. Daí o ceticismo.
Agora veja como você se entregou, de uma maneira idêntica a como o Skeptikós fez no caso das "crenças diferenciadas" que ele criou num ad hoc duplo, selecionando suas condições desejadas:
de forma a poderem ser verificados por qualquer um, munido, claro, dos recursos necessários.
"Claro"... mas esses "recursos necessários" são na essencialidade diferentes de...:
Resumindo: porque elas funcionam, independente de você acreditar ou não. Enquanto que o logos, pisteuo e afins, como você mesmo disse, são de uma ordem superior, acessível a apenas aos adeptos de tais ideias. Enfim, dependem da aceitação das premissas que estão longe de serem auto evidentes para todos.
Mas cabe a você demonstrar consistentemente, ou apresentar teoria convincente de que:
"elas funcionam, independente de você acreditar ou não"
E especificar, descrever que...:
"Enfim, dependem da aceitação das premissas que estão longe de serem auto evidentes para todos."
seriam essas
Por fim, mister esclarecer que a única transcendência que eu verifico é o pisteuo. O logos não é transcendência pois é reação a pisteuo.
Por "recursos necessários" eu me referia a ferramentas auxiliares, tecnologia, tipo telescópios, microscópios.
O que a ciência faz, para dar um exemplo, é pegar um bolo pronto e te devolver a receita. Ela vai examiná-lo para descobrir os ingredientes e então submetê-los as testes até achar a quantidade necessária de cada um e temperatura ideal a que devem ser submetidos. Se tiver os recursos necessários, isto é, os ingredientes, a forma, o forno, basta seguir a receita e, independentemente de acreditar ou não, você obterá um bolo. Já o porquê dos bolos extrapola o campo da ciência. Aí você vai ter que buscar na história, na arte, na filosofia, na religião dos bolos a resposta.
Usando seu super lazer como exemplo - se quisermos tentar produzir tal artefato vamos recorrer as contribuições de Albert Einstein, Niels Bohr, Werner Heisenberg e não de as de Ralph Emerson ou Henry Thoreau - simplesmente porque aquelas são objetivas, se destinam a explicar como as coisas funcionam e não o porquê delas.
Gosto muito de laZer também! E se for um SUPER laZer então...
Quando erro sai melhor do que o acerto.
Não sei se você já se ligou, mas... ora, está claro que não se ligou ainda, mas não tem problema, eu deixo bem posto agora: sou totalmente fisicalista, meu! Meus "heróis", não, eles não morreram de overdose não... são os do primeiro grupo aí! Creio que você não acompanhou minhas posições quanto à questão do Saint-Martin sobre "informação" no tópico que ele abriu.
../forum/topic=30358.0.html
Misticismo pra mim, ó
Bom, talvez esse seja o motivo de você fazer da ciência uma espécie de religião pessoal - a necessidade de heróis. Mais fascinante que o porquê das coisas, para mim, é saber como elas funcionam. É desvendar os truques por trás da mágica.
Logos, pisteuo, credere, alma universal, verbo, enfim, seriam metáforas para as leis físicas, entendidas de forma material, mecânica, acidental, como descritas pelas ciências naturais, porém de uma forma, digamos, mais poética, menos crua
Não no meu entendimento. Nem pisteuo ou credere que proponho.
ou teriam outro significado? Qual?
Tais conceitos estariam um passo acima do que se crê "leis físicas". Um exemplo de metáfora para lei física seria a "força de vontade que move o espírito à ação". Mas de onde viria a força, de vontade ou "material" (que move o material, a força newtoniana)? Buscar tais princípios leva a planos superiores da realidade; superiores à física.
Onde buscar tais princípios? Por que meios? E como verificar os resultados?
Os resultados já são verificados no mistério da consciência. Só faltaria buscar os princípios, para quem ainda não mergulhou nessa profundeza da realidade, claro...
E como diferenciar a transcendência da esquizofrenia?
Ora, por que vocês gostam tanto de perguntar perguntas fáceis?...
Esquizofrenia é estado mórbido em que há não reconhecimento e não remetimento à realidade. Transcendência é a completude da realidade. Simples!
Mas e a consciência, o que é?
Consciência é a faculdade de compreender a realidade, se conter a ela, é com ciência. Transcendência é extrapolar a realidade, ir além do que se pode compreender dela, é senciência ou sem ciência.
Quero dizer, na sua visão, o universo teria uma intencionalidade,
Não.
sentido,
Não.
finalidade,
Não.
enfim, um porquê de existir?
Não, tais atributos são reagentes ao atributo fundamental "pisteuo", surgem dos questionamentos. O pisteuo puro é "não-questão". No caso da "lei física" da inércia, tentarei a "analogia" de dizer que seguir em movimento perpétuo seria a "lei (física)", uma alteração desse movimento seria o "questionamento", e a... condição de seguir em movimento perpétuo seria o "pisteuo". Eu mesmo não gostei da analogia... mas é o que deu por ora.
Em quê, na sua opinião, as leis físicas falham em fornecer explicações para os fenômenos naturais, isto é, a condição, para que se faça necessário recorrer ao pisteuo ou credere?
Em explicar, não só o mistério da consciência, como o que vem dela, aquelas grandes questões que se impõem na própria natureza, como "por que ela (a natureza) e não não ela?", muitas vezes formulada como "por que tudo em vez de nada?"
Eliminações foram bem realizadas, mas não foram preenchidas.
Sua proposta é boa, mas a do concorrente - o deus das lacunas - é melhor. Tem como dar um desconto?
Falando sério, a mim, parece que você apenas substituiu deus por um produto similar - e com os mesmos defeitos de fabricação.
Só se você conseguir me convencer porque "a do concorrente" é melhor!
Mas falando sério mesmo, por quê?... E quais seriam essas "similaridades e mesmos defeitos de fabricação?
Não tem uma receita, uma fórmula, enfim, uma forma de testar, verificar, detectar direta ou indiretamente. Deus é melhor porque é feito sob medida, ao gosto do freguês.
Mas conte-me você algo também, o que você entende por crer, por favor. Você crê que pode escolher em que crê? Ou sua crença é a parte mais livre e incontrolável do seu ser? Sua vontade move suas crenças, pode mudá-las? Ou suas crenças movem suas vontades? Quando alguém sente suas "crenças abaladas"? Não é quando ela começa a questionar? Mas o questionar não é impelido por outras crenças mais sedutoras por se mostrarem "mais confiáveis"?
Eu aprendi a separar as questões em objetivas (como as coisas funcionam) e subjetivas (porque as coisas existem ou funcionam dessa e não daquela forma). Essas são aquelas para as quais não existem respostas satisfatórias, recorrem à arte, religião, filosofia e podem ir de um extremo a outro sem chegar a uma conclusão, portanto, pertencem a categoria das opiniões (crenças pessoais), enquanto aquelas pertencem a categoria do conhecimento (crenças impessoais). E tanto umas quanto outras vão sendo complementadas, superadas, confirmadas conforme a experiência vai se acumulando. Sei lá quem move o quê, vontade ou crença, não tenho uma resposta satisfatória.
Eu tenho!
Acredito!
Então você já não tem mais nenhum poder sobre isso! Você está na torrente do pisteuo e agora é um credere!
Se for de graça, por mim, tudo bem! Me vê aí meia dúzia. De imposto já basta o retido na fonte!