Os criacionistas têm um fetiche com esse negócio de acaso e improbabilidade. Alguém aí já calculou a probabilidade de ser atingido por uma cagada de pombo? Não acho que seja possível fazer essa conta, mas se alguém quiser tentar, considerando todas a probabilidades isoladamente da cadeia causal (como a probabilidade de você ter nascido que, por sua vez, depende da probabilidade dos seus pais, avós, bisavós, etc..., terem nascido, a probabilidade do pombo cagão ter nascido, a probabilidade de estarem você e o pombo nas exatas posições no exato momento necessário a que você fosse atingido. Na verdade teríamos que considerar tantos eventos isolados que por isso acho impossível se fazer esse cálculo com exatidão mínima), descobrirá que a probabilidade será tão pequena que ninguém acreditaria que isso fosse possível, mas todos os dias milhares de pessoas são vítimas desse evento infame. Moral da estória - vivemos em um mar de improbabilidades. Tudo na natureza é tremendamente improvável, contudo ela está aí pra todo mundo ver. O argumento da improbabilidade não prova nada.
Muito bom, West. Sempre que leio seus comentários, vejo que seu raciocínio é ótimo, com raríssimas excessões que, de acordo com meu ponto de vista, apresentam alguma inconsistência ou incoerência (e, no seu caso, nestes casos, considero até a hipótese de ser eu a estar errado -- mas não desisto fácil). Excetuando-se a análise combinatória séria, em que não se faz nenhuma extrapolação estapafúrdia dos conjuntos de elementos combinantes considerados, ficando os resultados também dentro destes limites, probabilidades é mesmo, com certeza, o ramo mais sofista da matemática. Que Buffon o diga, pois quando eventos repetitivos e cumulativos ocorrem em número crescente, até mesmo a suposta aleatoriedade da natureza parece desaparecer e os resultados globais que surgem nos sistemas em que ocorrem estes processos repetitivos demonstram tenderem para um tipo de "atrator de estado de sistema". Assim, não é absurdo algum concluir que o surgimento de estruturas vivas semelhantes às terrestres, em planetas com condições sistêmicas gerais semelhantes às da Terra seja um fenômeno, não só não aleatório, como também nem provável, mas inexorável. O mesmo vale para o próprio surgimento de tais planetas, dos seus sistemas estelares, das suas galáxias... Quando um crente vem com "probabilidades", sempre acerto na minha conclusão do que vem a seguir.
E não é por eu lembrar que foi você o primeiro a me dar as boas vindas aqui. É reconhecimento legítimo mesmo. Este seu comentário, por exemplo, foi tão contundente e inquestionável que meus "poderes de adivinho" me "revelam" que o Itacare vai passar longe dele (talvez, com esta minha provocação, quem sabe eu erre meu vaticínio e ele tente mais alguma loucura).
Tenho ainda muito pouco tempo que me sobre e um assunto importante a tratar com o forista Gilberto (razão deste meu retorno), mas você me animou a fazer uma coisa não costumeira para mim: tentar convencer um crente, da realidade. Vou *tentar* fazer isto neste fim de semana (rebatendo algumas argumentações absurdas apresentadas pelo Itacare como, por exemplo, a comparação entre a interpretação e decodificação da pedra de Roseta e a "possível" interpretação e decodificação de mensagens alienígenas -- nenhum de vocês percebeu o absurdo?) pois tenho que analisar dados postos pelo Gilberto sobre um assunto que me interessa muito muito mais, fora outros variados problemas que ainda estou tendo que resolver e que estão consumindo muito do meu tempo.
Espero que o Gilberto ainda esteja por aí e interessado, assim como eu, no debate do assunto (inteligência e "consciência" "artificial").