É impressionante o que se pode ver por aqui. É claro que os crentes estão todos errados (em suas crenças) mas estão "certos" quando concluem que não se pode provar LOGICAMENTE (não cientificamente) que estão errados. Mas o debate que se vê aqui é preponderantemente lógico, portanto filosófico, não científico.
O grande problema é esta comunhão, este "sincrentinismo" hipócrita (por vezes; normalmente estúpido mesmo) que se intenta fazer entre magia e ciência. Quando alguém admite que ciência pode conviver com religiões, deuses e magia e, mais efetivamente, quando se admite que "cientistas" podem ser religiosos e podem crer em deuses e magia, está confirmando e confessando que a ciência não pode encerrar, peremptoriamente, a questão do sobrenatural (O QUE *NÃO* É VERDADE). Como alguém pode esperar convencer um crente se ainda não foi capaz de convencer a si próprio?
Se um "cientista" "pode" crer e não é capaz de convencer a si mesmo de que não há nada sobrenatural, por que não cientistas têm que se sentir obrigados ou pressionados, de alguma forma, a não crer? Por que eles têm que ser obrigados a aceitar que cientistas podem crer mas que quem aceita a ciência não pode? Vá entender... E ainda querem debater a questão dentro do terreno da lógica, o que, é claro, não leva nem nunca levou a lugar nenhum. Toda lógica é casuística e não se encontra no universo. Só existe na mente humana e desencadeia uma dialética sem fim porque cada mente tem uma lógica diferente. Toda filosofia é sofista. É a maior de todas as desgraças evolutivas da espécie humana.
ANDREWaim, quero dizer que você me parece, ao mesmo tempo, tremendamente errado e respeitável, superando muito o AngeloItacare neste aspecto. Me parece que para você, estas questões assumem um caráter verdadeiramente profundo, um real dilema. Em casos como, aparentemente, o seu, se alguma coisa que eu disser servir de ajuda, fico sempre muito feliz. Quero deixar algumas perguntas para você, considerando que quando você menciona "origem" do universo e da vida, está hipotetizando um tipo de "origem absoluta" (uma "origem de todas as origens"). O que você conhece e pode apontar, físico, real, comprovável, que tenha tido uma "origem" deste tipo? Se você não encontrar nada assim, ainda continuará acreditando que existe esta origem metafísica? Se, eventualmente, você concluir que o universo pode se enquadrar neste conceito metafísico de origem, por que não aceita? A próxima pergunta, penso eu, pode lançar alguma luz sobre a pergunta anterior. Há uma única coisa que eu conheço que *parece*, para nós, humanos, ter tido uma origem deste tipo. Sabe qual é?
Só mais uma coisa. Quando você diz: "Não dá para explicar o surgimento da vida com as hipóteses que existem até o momento" não pode estar mais longe da verdade. O que *ainda* não foi devidamente destrinçado é como se deu, exatamente, a estruturação das estruturas biológicas (notadamente, as moleculares), não "como a vida surgiu". É como um quebra-cabeça não montado. Ainda não o montamos, mas sabemos como se monta.