Cientista confesso que não te respondi lá no outro, pela mesma coisa que não conseguirei te responder agora, não entendo bem sua argumentação... Você critica o que falo e dá sua opinião sobre ela, não consigo argumentar bem contra opinião; opinião cada um tem a sua, e não fico tentando converter as pessoas na delas não, cada um na sua...
Ex: O "não sabe" e o "depende" entre aspas, só estão entre aspas para demarcar que estou falando das respostas do tópico, é uma regra de metalinguistica, não compreendi o que você quis dizer...

Como fica com mais sentido a frase:
Então mudei meu voto aqui de não sei para depende
Então mudei meu voto aqui de "não sei" para "depende"

A palavra VOTO mesma coisa, é o nome que se dá aqui no fórum para as respostas às perguntas, se você olhar ali em cima, perto da enquete terá um botão "mudar voto"......

Essa tática é boa para funcionar com tolos. "Nenhum dos dois está errado nem certo, mas eu estou (certo) e vou mostrar qual dos dois lados é o que está certo porque é o lado que abraço..." Muito boa!
Mas... não! Não, um parte da ideia a priori, sim; permanece nela arraigadamente diante de todas as evidências contrariantes. Porém, o outro lado parte da verificação a posteriori. Para todos a ilusão é a mesma mas a verificação de que ela é ilusão só pode ser alcançada após necessárias verificações empíricas posteriores ao contexto arbitrariamente inicial. Não tem equiparabilidade nenhuma entre os tais dois lados. Isso aí é concentrado puro de falácia.
Vamos lá, primeiro toda pessoa quando está argumentando está defendendo o seu lado, como você, como eu, como Bergson. O que temos que fazer é atacar a lógica e os argumentos do outro, e mostrar se conseguirmos, que os nossos são mais fortes...
Você só disse o que acha, você acha que quem defendo a liberdade está com uma certeza a priori e você só ACHA que quem defende o livre arbítrio está defendendo uma verificação a posteriori, mas você não mostra o porque e o que prova que você está certo e não Bergson. Já Bergson sim, ele diz que ambos partem de premissas a prior e mostra os argumentos para isso, se você continuar lendo o texto ao invés de ir argumentando cada trecho, você encontraria ele falando mais para frente que essa visão a priori
A ideia determinista de que os nossos estados de consciência correspondem a estados físicos da matéria, não pode ser provado. E ainda que alguns casos mostrem essa relação, nós só podemos realizar uma generalização destas observações e transformá-la numa verdade universal, utilizando a mente e seus conceitos para isso. Então, ainda que eu observe que neste e naquele caso um estado mental correspondeu a uma alteração física, a certeza que construo depois, de que TODOS os estados mentais DEVEM ter um correspondente físico associado, é apenas uma ideia associacionista que acredita na ideia de causalidade, e que consegue por uma força de fé, generalizar algumas observações, transformando-a num conceito pretensamente universal.
O que eu quis dizer ai, ou melhor o que ele quis dizer, ele tentou provar pela argumentação que o determinista não parte de uma observação a posterior mas também de uma crença a priori uma vez que a observação de alguns casos não garante todos, só garante se você já tiver comprado os conceitos metafisico de "causalidade" de "verdade" para dai você tendo observado um punhado de casos automaticamente generalizar isso criando uma certeza PSICOLÓGICA de que sempre será assim...
Darei de novo um exemplo bem claro:
A: Observo que
todas as partículas conhecidas do Universo são determinadas (Observação, fato cientifico, e um fato universal já que fala de TODAS)
B: Observo que
alguns estados mentais correspondem a alguns estados cerebrais. (Observação cientifica, mas particular e NÃO universal porque fala de ALGUNS)
C: Logo,
TODOS os processos mentais são frutos de estados cerebrais e como
toda matéria (será que toda mesmo?) é determinada a mente também é, não existe liberdade(Você não vê problema nenhum na lógica daqui??)
Enxerga o problema, a ciência observa alguns casos, mas o processo mesmo de generalização, é um processo a priori, não é a posteriori porque você não observou a correspondência entre todos os estados mentais e os estados cerebrais. E mais, você sequer consegue provar que mesmo que observemos a correspondência entre eles, que não sejam coisas com existências separadas, mas se afetam mutuamente mudando juntos uma com as outras, como defenderia um Descartes. Enfim, todo o processo de generalização é um processo mental, um processo psicológico de crença de que as coisas continuem seguindo um padrão observado em poucos casos. Isso já pressupõe que você acredita numa verdade, que acredita na causalidade, acredita na regularidade do universo, acredita que as medições que fazemos são corretas, acredita que nunca encontraremos outras partículas ou outros atributos dessas partículas que fujam as nossas observações atuais... Enfim, tudo isso, é crença a priori...
Hume que você citou fala bem disso. Ele diz que não podemos saber sequer se o sol nascerá amanhã, e se acreditamos que sim, é porque acreditamos na causalidade, e como não podemos provar na causalidade, todo conhecimento em ultima analise é crença...
Já substância é um conceito da filosofia basicamente para se referir a essência. Então quando ele fala de suas substancias está se referindo a questão da dualidade que vê o mundo como uma construção de duas essências básicas, res extensa (extensão, ou matéria) e res cogitans (coisa pensante, mente, alma e etc). Essa diferenciação em filosofia não uma mera crença religiosa, nenhum filosofo dualista diz que é assim porque Deus quis, eles argumentam e mostram as dificuldades em ver a mente como mero epifenômeno da matéria, então eles tentam mostrar que as características e atributos de uma substancia não são aplicáveis a outra, o que comprovaria sua diferença.
Por isso ele dá os exemplos que deu. Matéria não pensa, nós sentimos que pensamos, como pode o pensamento provir de algo que não pensa? Você também não pode dizer, nunca vimos a coisa que pensa então ela é só matéria, tem que trazer algum argumento. Ele trouxe, ele mostrou que na sua filosofia o que pode não ter ficado bem claro nesse textinho que escrevi, mas ele tem toda uma argumentação bem fundamentada para demonstrar que a mente tem características que a matéria não tem e vice versa. Ai vem os exemplos que eu dei onde ele tenta mostrar que a mente não está presa ao espaço e que o espaço não esta preso ao tempo. O mundo que vemos, o mundo entendido pela física como sendo um tempo-espaço, é uma representação criada pela junção do tempo (mente) com a extensão (espaço) ambos substancias diferentes com caracteristicas próprias que se junta para formar o mundo que conhecemos...
PS: Enfim eu nem sou dualista, eu sou um monista, mas não materialista. O monista diz, tudo é um. O monista materialista diz: tudo é um e tudo é matéria. Eu sou um monista diferente, eu acho que tudo é um, mas tudo é mente... Enfim...