Eu escolheria duas opções, sendo que uma de forma parcial:
A Força primal da natureza (concordo plenamente);
Criador de tudo, mas que não nos acompanha no nosso mísero dia a dia. (concordo parcialmente, pois esta força primária teria dado origem a toda a existência, dentro e fora de nosso universo, mas não seria uma entidade, portanto não chamaria de criador, mas produtor, pois produtor pode ser qualquer coisa, já criador está referido a uma entidade consciente, idéia sobre Deus que não estou de acordo)
Agora, as duas das quais definitivamente não concordo:
Entidade sobrenatural que criou tudo e que não foi criada, onipresente, onisciente, que nos acompanha e julga o que é bom e o que é mau. Como descrito em várias religiões, como o deus Cristão por exemplo;
Entidade sobrenatural que criou tudo e que não foi criada, onipresente, onisciente, que nos acompanha e julga o que é bom e o que é mau. Você acredita nesse conceito embora não o "encaixe" em nenhuma religião.
Tanto a respeito de uma quanto da outra, não estou de acordo em se tratar Deus como entidade, seja consciente ou inconsciente. Não seria para mim uma entidade, mas um processo natural.
Eu até considero o ateísmo como uma religião, considerando as críticas dos religiosos. E fazem isto por saber que detestamos a religião. Então uma maneira que considero pacificadora de dialogar com religiosos é entender essa minha religiosidade.
Você diz que o ateísmo é religião, enquanto que muitos afirmam que não, que ateísmo está relacionado com falta de religião. O ateísmo portanto não poderia ser religião, até porque há ausência da crença de um deus. Os religiosos pensam errado ao dizer que o ateísmo é religião. Pode haver sim uma doutrina ateísta, mas nem toda doutrina é religião. Nem toda doutrina tem os dogmas típicos de uma religião.
Eu poderia se quiser formar uma doutrina, e até envolvendo assuntos espiritualistas, mas sem transformar isso em religião, em cultos. Na verdade eu até sou mesmo mais a favor de refletir do que em ser doutrinado. Pois quando sou doutrinado, me sinto manipulado, e isso é ruim. Na verdade eu prego contra a doutrinação, pois detesto adestramento. Uma mente adestrada pode acabar ignorante, incapaz de pensar por conta própria ou ser escrava de uma conveniência mental estabelecida e não progredir direito por conta disso, ser incapaz de inovar. Sou a favor de criar uma nova moral, mas uma moral que incentive a reflexão no lugar da imposição. É assim que penso e sou e não vou deixar que mudem isso em mim.
E isso não teria nada a ver com religião alguma, já que elas impõem moral, ao invés de fazer isso pelo incentivo da reflexão. E essa falta de reflexão nos leva à irracionalidade. Esse é um dos pontos que implico com religiões, pois elas me são, em geral, muito convenientes, convenientes demais para trazer qualquer mudança significativa. Na verdade estou mais voltado à uma revolução mental, dado a minha grandiosa carga de insatisfações acumuladas por longos anos. Carga esta que detonaria a qualquer hora e terminaria em revolução.
O Espiritismo, pelo que vi, falhou neste aspecto. Me parece muito conveniente, demais para a minha crítica. Para inovar não há como tentar agradar a todos. Alguns vão se sentir ofendidos, digo, os conservadores tradicionalistas autoritários. Se não fosse pelo seu aspecto religioso, acho que este seria mais radical, e acho que deveria ser assim. Quanto mais se tenta ser conveniente, mais falso você fica. Mais você vai ficando falso e incapaz de expressar o que realmente pensa e sente, até se tornar um completo hipócrita e acabar se deprimindo por se sentir incapaz de ser você mesmo, de agir como você mesmo é realmente, e não como os outros querem que você pense.
Minhas idéias são radicais (algumas para os padrões de nossa sociedade), assim como a moral que proponho. Diria que as minhas convicções não servem para os conservadores em geral, pois exigem severas mudanças na atual sociedade, e um exemplo disso é que sou a favor de se mudar a natureza humana pela engenharia genética, aperfeiçoar essa natureza e assim o ser humano se tornar mais sociável. Eu proponho as minhas idéias, mas nunca iria impô-las a ninguém, só apresentaria elas. E caberá a cada um decidir se terá ou não afinidade por ela. É assim que prefiro, pelo caminho da liberdade, e não de uma conveniência que na verdade nos escraviza.