« Resposta #1521 Online: 28 de Setembro de 2014, 03:16:44 »
Esta não é a conclusão, é a síntese, logo no início, antes que ele estresse os temas. E já havia citado coisas que depois ele abre as informações mais detalhadas, mostrando os problemas com mais detalhes.
Mesmo nesse texto existe algumas dicas.
Esta é a conclusão do relatório de mais de cem páginas que você, seletivamente, classificou o SUS como porcaria.
Nos últimos 20 anos, o Brasil assistiu a melhorias notáveis nos resultados de saúde, com reduções drásticas nas taxas de mortalidade infantil e na infância e aumento da expecta- tiva de vida. Igualmente importante, as disparidades geográficas e socioeconômicas dos resultados de saúde tornaram-se menos pronunciadas. Desnecessário dizer que estas conquistas não podem ser inteiramente atribuídas a melhorias no sistema de saúde. Na verdade, os últimos 20 anos presenciaram uma urbanização continuada, melhor acesso a água e saneamento e, pelo menos na última década, rápido crescimento econômico e uma redução na desigualdade de renda. Existem, contudo, boas [grifo meu, no documento ele detalha que a metodologia usada muitas vezes não permite sustentar a informação, pela maneira como as perguntas são feitas, FALTA DE INFORMAÇÃO DO SUS e os métodos utilizados] razões para crer que as mudan- ças no SUS tiveram um papel importante. [importante no que, na diferença de indicadores entre a melhoria do SUS e da melhoria do abastecimento e rendas, ainda que eles não tenham dados e que saibamos que pessoas morrem de cancer por esperar 100 dias na fila como apresentado pelo documento]
A rápida expansão da atenção primária contri- buiu para uma alteração dos padrões de utilização, com uma porcentagem crescente de contatos ocorrendo em centros de saúde e outras unidades de serviços primários. Ocorreu, igualmente, um crescimento global na utilização de serviços de saúde e uma redução na proporção de domicílios que mencionaram problemas de acesso a serviços de saúde por razões financeiras. [leia o texto. Redução ouve, melhora ouve, mas ainda é uma merda. Ninguém disse que não melhorou, só que é ainda uma merda]
Este relatório também apresentou evidências de que as melhorias na saúde podem, pelo menos em parte,[sim ja sei, em parte.. vendo a qualidade do serviço sabemos que quanto é essa parte.. leia] ser atribuídas ao sistema de saúde, com reduções expressivas da mortalidade por razões sensíveis à atenção à saúde e com evidên- cias rigorosas de que a expansão da atenção primária em saúde, em particular a Estratégia de Saúde da Família, contribuiu para a redução da mortalidade infantil. [atenção primária não foi nunca o core da crítica dos foristas que vêem a realidade aqui, mas pelo documento o país é amplamente desatendido]
Em resumo, a construção do SUS alcançou, pelo menos em parte [bem pequena parte e na mais fácil, aquela que não atende as pessoas quando ela mais precisa], os objetivos de acesso universal e equitativo aos cuidados de saúde. O relatório destacou, porém, muitos desafios no SUS e no sistema de saúde em geral. Talvez o mais importante de todos diga respeito à qualidade e à coordenação do cuidado, lacunas de cobertura na atenção primária, barreiras ainda presentes no acesso a cuidados especializados e de alta complexidade e a permanência de uma elevada dependência dos gastos privados para financiar os cuidados de saúde no País. O relatório apresenta, por exemplo, evidências de que a expansão da cobertura da atenção primária em saúde estag- nou nos últimos anos, e de demoras no diagnóstico e no tratamento de diferentes formas de câncer, como uma ilustração importante de problemas mais amplos que grandes seg- mentos da população encontram quando tentam acessar a atenção especializada. Existem ainda preocupações quanto à qualidade em todas as áreas do sistema de saúde, estando comprovado que os cuidados pré-natais nem sempre atingem o seu potencial em termos de redução de mortes maternas e neonatais e que é muito reduzida a prática de cumpri- mento de protocolos clínicos e de metodologias para melhorias na qualidade. Em conse- quência, pelo menos em parte, das questões de acesso e qualidade subsistentes, o Brasil ainda tem um caminho longo a percorrer no que toca a resultados de saúde [que não encontrará logro com a estrutura do SUS devido a roubos e falta de gestão]; apesar do progresso dos anos recentes, ainda está aproximadamente em 95º lugar de um total de 213 países, quer em termos de expectativa de vida, [ISSO AQUI PORQUE SOMOS INVEJADOS] quer de mortalidade infantil. Simultaneamente, o fato de países semelhantes terem alcançado melhores resultados na saúde com níveis de gastos comparáveis ou inferiores, e a evidência de ineficiências signifi- cativas nos gastos em saúde apontam para a necessidade de melhorar a efetividade do sis- tema público de saúde. 63 Problemas de acesso e de qualidade estão também contribuindo para a demanda contínua por planos privados de saúde e para a dependência de gastos privados diretos para se ter acesso à atenção fora do SUS, o que, por seu turno, está minando as metas de universalidade e equidade. São também os grandes fatores que expli- cam os níveis elevados e aparentemente em ascensão do descontentamento público com o sistema de saúde. É provável que esses desafios sejam ainda maiores no futuro, uma vez que o sistema de saúde tem de enfrentar as consequências de uma população que está envelhecendo rapi- damente e expectativas cada vez mais altas. A proporção de idosos (mais de 65 anos) relativamente à população em idade produtiva no Brasil deverá aumentar de 11% em 2005 para 49% em 2050 e a expectativa de vida irá provavelmente subir para 81 anos durante o mesmo período (Gragnolati et al, 2011; IBGE, 2004b). O envelhecimento e as alterações no estilo de vida têm contribuído para aumentar o peso das doenças não trans- missíveis (DNT). 64 Estas alterações implicam a necessidade de abandonar um padrão de cuidados de ordem passiva e curativa para um modelo baseado na gestão e no controle de fatores de risco e na mudança de hábitos de vida, com implicações na forma como o sis- tema de saúde é organizado e competências de que precisa, e nos custos de cumprimento dos compromissos do SUS. 65 Em resumo, o rápido processo de envelhecimento da popu- lação constitui um desafio duplo para o SUS e para o setor da saúde em geral. Em primeiro lugar, irá aumentar bastante a pressão financeira sobre o SUS, [estamos ferrados, vamos ser roubados mais] ao mesmo tempo em que o financiamento do sistema enfrenta uma resistência crescente à mobilização de recursos adicionais [querem mais????????, segundo o texto somos caros e não sabemos usar o dinheiro!!!!!] sob o atual modelo de financiamento. Em segundo lugar, irá aumentar a pres- são no sentido de uma reorganização da prestação de serviços com vista a enfrentar, mais efetivamente, as doenças crônicas dos idosos. Tanto as conquistas como os desafios podem, pelo menos em parte, ser atribuídos a alterações ao longo das duas últimas décadas quanto à forma como o sistema de saúde é financiado e organizado. A criação do SUS representou um corte importante com o pas- sado. Porém, conforme indicado no relatório, a instituição formal do SUS, por meio da Constituição de 1988 e legislação subsequente, representa o culminar de uma série de passos e movimentações com vista à cobertura universal durante os anos 70 e 80. Ainda que as declarações políticas e a legislação sejam importantes, o processo de real transfor- mação do sistema de saúde é, inevitavelmente, um percurso longo e demorado. Assim, embora 1988 tenha sido um momento de importância crítica para a saúde no Brasil, é difícil identificar o impacto da reforma dada a continuidade com o passado e um pro- cesso de implementação lento e gradual. Mesmo assim, olhando para os últimos 20 anos, foram concretizadas muitas das refor- mas estruturais previstas quando da concepção do SUS. Em particular, ocorreu uma sig- nificativa descentralização de responsabilidades em termos tanto de financiamento, como de prestação de serviços de saúde; uma nova orientação deliberada do sistema de saúde no sentido da atenção primária; uma mudança gradual de serviços hospitalares para prestadores do setor público; um aumento dos gastos governamentais com saúde, princi- palmente nos últimos anos; e adoção de mecanismos robustos e inovadores para partici- pação social e coordenação intergovernamental no setor da saúde. Mas é uma agenda inacabada.
Não sei como você consegue classificar este relatório como "SUS porcaria"
Eu realmente não entendo.
Vamos lá: continue grifando as partes ruins e esquecendo as partes boas...
Seletividade, a gente vê por aqui.
Não entende, desculpe, mas você consegue ler e entender o escrito?
Cara, leia.. o resumo já é ruim, salvo para petistas... somos a 95, com a 7a economia e somos invejados e referencia matando as pessoas de câncer e fazendo as pessoas esperar mais de 100 dias na fila e onde somos razoáveis como atenção básica ainda estamos descobertos. Não temos metodologias decentes de captação de informação nem sabemos usar o dinheiro, nem materiais com alta tecnologia tem estudo decente e planejamento para ser utilizados..
Leia o texto. Se você né crítico, não tem como não achar uma porcaria.
Leia as mais de 100 páginas como eu fiz e você entenderá melhor.
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